Kimia Alizadeh comemora medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio 2016
JERUSALÉM, Israel - A lutadora de taekwondo Kimia Alizadeh, única medalhista olímpica do Irã, desertou e diz que está se mudando para a Europa porque não pode mais participar das “mentiras e injustiças” do regime iraniano.
Alizadeh, que ganhou uma medalha de bronze nas Olimpíadas de 2016, escreveu recentemente nas redes sociais que está deixando seu país de origem para se mudar para uma nação não revelada na Europa.
“Ninguém me convidou para a Europa e não recebi uma oferta tentadora. Mas aceito a dor e o sofrimento da saudade de casa porque não queria fazer parte de hipocrisia, mentiras, injustiça e lisonja ”, escreveu Alizadeh em um post no Instagram.
Ela continuou com uma longa mensagem sobre como ela foi forçada a usar hijab, silenciada e foi explorada como uma ferramenta política.
“Eu sou uma das milhões de mulheres oprimidas no Irã que tocam há anos. Eu vesti o que elas me disseram e repeti o que elas pediram. Cada frase que eles ordenaram eu repeti ”, disse ela.
Alizadeh disse que, embora esteja triste por deixar seu país, ela se orgulha do povo iraniano.
Os iranianos estão nas ruas nesta semana protestando contra a morte de 176 pessoas mortas depois que os militares iranianos abateram um avião ucraniano. A maioria dos passageiros a bordo eram cidadãos iranianos.
As autoridades estão respondendo aos protestos disparando contra civis e usando gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
Alizadeh não é o primeiro atleta iraniano a se pronunciar contra o governo iraniano.
Em dezembro, a Federação de Xadrez do Irã disse que o campeão Alireza Firouzja decidiu não jogar mais pelo Irã por causa de sua política de proibir concorrentes de competir contra israelenses.
O campeão iraniano de judoca Saeid Mollaei também desertou no ano passado devido às políticas do Irã.
### 'I Am Afraid': Iranian Judo Estrela
Qualidade do sêmen está caindo no mundo e isso ameaça a reprodução humana
Postado em 06/05/2018
Quando um casal tem dificuldades para engravidar, é comum que a mulher se torne a principal suspeita de ser infértil. No entanto, estudos estimam que 50% dos casos de infertilidade conjugal - que afetam cerca de 48,5 milhões de pessoas no mundo - tenham como causa algum problema masculino.
E a tendência é que esses números aumentem.
Estudos realizados em diversos países mostram que a qualidade média do sêmen dos homens de todo o mundo vem caindo pelo menos desde a década de 1930. Não há informações conclusivas sobre as causas - as principais suspeitas recaem sobre o álcool, o cigarro e substâncias químicas presentes em pesticidas, solventes e recipientes de plástico.
Um dos poucos estudos no Brasil sobre o assunto foi feito recentemente pela bióloga Anne Ropelle em sua dissertação mestrado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Ela conta que o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da universidade realiza exames de espermograma desde 1989. Das 33.944 amostras registradas entre 1989 e 2016, ela analisou 18.902.
Anne dividiu os exames em cinco períodos de tempo e analisou os principais parâmetros que medem a qualidade do sêmen: concentração (quantidade de espermatozoides na amostra), motilidade progressiva (capacidade de movimentação, importante para o encontro com o óvulo e a fertilização) e morfologia (sua forma). "Notamos uma queda significativa em todos eles", ela afirma.
A concentração seminal, por exemplo, caiu de 86,4 milhões de espermatozoides por mililitro (ml) no período de 1989 a 1995 para 48,32 milhões/ml entre 2011-2016. A porcentagem com boa motilidade baixou de 47,6% para 35,9%, e o índice dos que tinham formas normais reduziu-se de 37,1% para 3,7%.
Apesar dessas quedas, os dois primeiros parâmetros estão dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são, respectivamente, mínimos de 15 milhões e 32%.
Quanto à morfologia, a porcentagem encontrada por Ropelle está um pouco abaixo do que é considerado normal pela OMS, que é acima de 4%. Esses dados podem ser um alerta. "Se os números continuarem caindo, os casais poderão encontrar maior dificuldade para conseguirem uma gestação", diz a especialista.
No exterior, as pesquisas sobre o tema são mais antigas e numerosas. Todas apontam na mesma direção. O médico urologista Leocácio Barroso, do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), cita algumas meta-análises (revisão sistemática de várias pesquisas realizadas sobre um mesmo tema).
Uma delas foi feita pela bióloga dinamarquesa Elisabeth Carlsen, que analisou 61 estudos sobre qualidade do sêmen realizados por outros pesquisadores de vários países, entre 1938 e 1991. Os resultados foram divulgados em 1992. "Ela mostrou que nesse período a concentração média de espermatozoides caiu de 113 milhões/ml para 66 milhões/ml", informa Barroso.
Para ele, a mensagem essencial do estudo de Carlsen e colaboradores é que a concentração seminal declinou globalmente em cerca de 50% no último século, atraindo uma atenção significativa e sendo foco de diversas discussões. "A partir dessa publicação, diversos laboratórios têm analisado seus próprios dados retrospectivamente e muitos estudos sugerem que, de fato, houve um declínio na qualidade do esperma", conta.
Um desses trabalhos foi divulgado cinco anos mais tarde, em 1997, pela especialista em reprodução humana Shanna Swan, dos Hospital Mount Sinai, de Nova York. Ela fez uma reanálise de 56 estudos analisados por Carlsen e confirmou uma significativa queda na densidade espermática nos Estados Unidos e na Europa, mas não em outras partes do mundo.
"Mais tarde, em 2000, ela realizou outra extensa meta-análise, dessa vez de 101 estudos, que confirmou o declínio na qualidade seminal no período de 1934 a 1996", diz Barroso.
A própria OMS reduziu os valores de referência que definem uma amostra seminal como "normal". "De 1987 até hoje, a organização publicou cinco edições do Manual para o Exame do Sêmen Humano", diz Barroso.
"A publicação mais recente, de 2010, traz valores de referência mais baixos do que os encontrados na última edição, de 1999." Os novos parâmetros de concentração mínima foram reduzidos de 20 milhões/ml para 15 milhões/ml, os da motilidade, de 50% para 32%, e os da morfologia, de 14% para 4%.
Para a definição de tais valores, foram avaliadas amostras de 4.500 homens de 14 países de quatro continentes. Barroso tem, no entanto, uma crítica ao manual. De acordo com ele, enquanto algumas áreas foram super-representadas, como o norte da Europa, outras foram subrepresentadas, como a África e a América do Sul.
"De fato, para esse estudo não foi avaliada nenhuma amostra proveniente do Brasil", diz. "Portanto, a interpretação e aplicação dos valores de referência definidos pela última publicação da OMS para o brasileiro é imprecisa."
Que a qualidade seminal vem caindo no mundo é praticamente uma certeza. Já as causas não são bem conhecidas. "Nosso banco de dados não possuía informações sobre estilo de vida ou hábitos dos pacientes, desta forma não pudemos correlacionar a queda a uma ou mais causas", afirma Anne. Mas há suspeitas.
Seu orientador, o ginecologista Luiz Francisco Baccaro, da FCM da Unicamp, aponta alguns. "Vários autores relatam que substâncias com efeitos similares ao estrogênio (hormônio cuja ação está relacionada ao controle da ovulação e ao desenvolvimento de características femininas), conhecidas como 'desreguladores endócrinos', poderiam agir no feto do sexo masculino ainda no útero da mãe, levando a problemas na função testicular", diz.
Entre esses "desreguladores endócrinos" estão substâncias químicas, presentes em pequena quantidade em pesticidas, solventes e recipientes de plástico, por exemplo. Além dos fatores ambientais, aspectos relacionados aos hábitos de vida também devem influenciar a produção de esperma.
"Alguns estudos demonstraram que o tabagismo e o consumo de álcool em excesso podem diminuir a qualidade do sêmen", acrescenta Baccaro. "Além disso, um fator muito prevalente que influencia nisso é a obesidade, que pode levar a um desequilíbrio hormonal. Um estudo mostrou que homens com excesso de peso têm o esperma pior."
Barroso cita outros suspeitos. "O uso de telefones celulares têm aumentado as preocupações em relação ao efeito das suas ondas eletromagnéticas na fertilidade", afirma.
"Estudo observacional recente, in-vivo e in-vitro, mostrou que os aparelhos podem causar uma diminuição da densidade, motilidade, viabilidade e morfologia dos espermatozoides. Hipertermia (alta temperatura) testicular também pode impedir a espermatogênese. Por isso, o uso de laptops próximo à genitália, utilização frequente de saunas e banheiras aquecidas estão entre os fatores considerados como possíveis causas da queda da qualidade do sêmen."
Você sabia que o Brasil teve cerca de 26 tremores de terra em março?
Postado em 02/04/2018
Prédios foram esvaziados em diversas regiões do país após tremor de terra
Tremores de terra foram sentidos na manhã desta segunda-feira em algumas cidades brasileiras das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, o que provocou a evacuação de prédios. O fenômeno foi consequência de um terremoto de magnitude 6,8 na escala Richter registrado no sul da Bolívia. Especialistas, no entanto, garantem que pequenos abalos como esses ocorridos no Brasil são extremamente comuns e raramente oferecem riscos.
Apenas em março, 26 tremores foram registrados pelo Observatório Sismológico (Obsis), da Universidade de Brasília (UnB), em municípios brasileiros – alguns deles com magnitudes de até 4,3 na escala Richter.
“O Brasil está localizado bem no meio da placa tectônica, por isso não ocorrem terremotos com magnitudes tão grandes quanto os de outros países da América Latina”, afirma Juraci Carvalho, sismólogo do Obsis. “No caso da Cordilheira dos Andes, que inclui a Bolívia, a região é uma zona de conflito entre a placa de Nazca e a placa Sul-Americana. Isso faz com que vários tremores fortes ocorram quando as placas colidem.”
Mas isso, segundo Carvalho, não significa que os tremores não possam ser sentidos no Brasil. “A questão é que, na maioria das vezes, eles ocorrem em áreas com poucos habitantes e, consequentemente, não são noticiados”, diz. “Em 1955 tivemos dois tremores com magnitude acima de 6, um deles no Mato Grosso e outro no litoral do Espírito Santo.”
No caso do terremoto desta segunda-feira, apesar de o tremor ter sido bem intenso na Bolívia, aqui no Brasil ele foi bem suave. “O terremoto em seu epicentro teve uma magnitude bem expressiva, mas ele ocorreu mais de 500 quilômetros abaixo da superfície. A essa distância, poucos danos poderiam ter sido causados”, afirma o pesquisador. “Porém, terremotos mais profundos, geralmente, reverberam em locais com distâncias maiores, o que explicaria ele ter sido sentido aqui no Brasil.”
Alguns prédios balançaram e tiveram de ser evacuados por medidas de segurança em São Paulo e Brasília. Carvalho, no entanto, ele afirma que nem todos puderam sentir o tremor. “Os prédios bem altos funcionam como pêndulos quando esses tremores acontecem, fazendo com que os andares mais altos balancem levemente. Ainda assim, para isso acontecer, é necessário que eles estejam em uma posição muito específica, orientados exatamente na direção do evento”, explica. Como São Paulo e Brasília têm muitos prédios altos, um maior número de ocorrências do tipo foi registrado.
Carvalho afirma, ainda, que não é possível prever se outros terremotos serão sentidos nos próximos dias nessas capitais, mas diz que, no momento, não há motivo para alarme. “É improvável que um evento represente um risco à população – na literatura, não há registros de estragos provocados por tremores com magnitudes tão baixas.”
No ano passado, uma equipe de pesquisadores dos EUA produziu “embriões híbridos”, a partir da mistura de células humanas em embriões de porco, gerando o que foi chamado de quimeras interespécies. O nome se refere a criaturas mitológicas resultantes da mistura de diferentes tipos de animais.
A notícia gerou amplo debate na esfera da bioética e acusações que eles estavam “brincando de Deus”. Mesmo assim, voltaram a fazer experimentos, desta vez com ovelha. Segundo os cientistas, o objetivo seria cultivar órgãos para transplantes.
Trata-se de mais um experimento onde partes do corpo humano são cultivadas dentro de animais. Surgiu assim a primeira quimera de “ovelha-humana”, com a introdução de células-tronco humanas em embriões de ovelhas.
O resultado é uma criatura 99% ovelha e 1% humana. Embora os embriões criados em laboratório tenham sido destruídos após 28 dias, esse tipo de pesquisa voltou a criar controvérsias.
O doutor Hiro Nakauchi, da Universidade de Stanford, um dos líderes da equipe, insiste que “O contributo das células humanas até agora é muito pequeno. Não é um animal com rosto humano ou cérebro humano”.
Durante uma apresentação no encontro anual da American Association for the Advancement of Science, no Texas, ele mostrou que apenas uma em cada 10.000 células nos embriões ovinos era humana.
Apontada como uma “nova solução” para as centenas de milhares de pessoas que aguardam por doação de órgãos, a tentativa de criação artificial desse tipo de vida encontra resistências até no meio acadêmico.
O biólogo reprodutivo Pablo Ross, da Universidade da Califórnia, que também colaborou na experiência, explica que as ovelhas têm certos órgãos – como o coração e os pulmões – que são semelhantes aos nossos e seriam do tamanho certo para o implante no corpo humano.
As pesquisas com porcos continuam, lembra Ross, observando que eles têm outros benefícios, incluindo a velocidade de crescimento. Porém, reconhece que essa mistura de elementos nas quimeras gera preocupações. “Se nossos resultados indicarem que as células humanas chegaram ao cérebro do animal, então talvez nunca possamos levar isso adiante”.
O argumento de Ross é que “Todas as abordagens são controversas, e nenhuma delas é perfeita, mas oferecem esperança às pessoas que morrem diariamente”. Para, ele é necessário “explorar todas as alternativas possíveis para fornecer órgãos aos doentes”. Com informações
O Estado de Bihar, no norte da Índia, registrou no ano passado 3.404 casos de sequestros de homens solteiros que foram forçados a se casar, segundo os dados da polícia local. Embora seja um problema que geralmente afeta as mulheres, as práticas arcaicas conhecidas como pakadua vivah (rapto para casamento, no idioma local de Bihar) ou jabaria shaadi (matrimônio forçado) também estão muito difundidas quando as vítimas são homens. A pobreza, além de tradições como a do dote que a família da esposa precisa oferecer e a desproporção entre o número de homens e mulheres na população, ampliou esse fenômeno no norte do país.
“A pakdau vivah está descontrolada em Bihar [...]. Na maioria dos casos, os casamentos são formalizados sob a mira de um revólver ou mediante ameaças de morte contra o homem e suas famílias”, declarou um oficial da polícia estadual à imprensa local no domingo. Em janeiro, o caso de um engenheiro de Patna, a capital do Estado, chegou às televisões nacionais depois de um vídeo viral. Nele, o rapaz chora desconsoladamente enquanto narra como foi sequestrado por um grupo de homens armados que o obrigaram a se casar, numa cerimônia que já estava preparada antes da sua chegada.
Longe de serem casos isolados, as cifras do Governo de Bihar confirmam uma tendência. Em 2016, 3.070 homens jovens foram alvo da pakadua vivah, e outros 2.500 foram vítimas da mesma tradição em 2014. Uma cifra muito mais elevada em comparação com as 1.337 denúncias registradas em 2009.
Os casos se concentram no leste de Uttar Pradesh, Estado onde fica o famoso Taj Mahal, e, sobretudo, no oeste do vizinho Bihar. As duas regiões têm os piores índices de desenvolvimento socioeconômico da Índia: escassez de infraestrutura, pobreza desenfreada, baixos níveis de alfabetização e corrupção endêmica fazem delas terreno férteis para a perpetuação de problemas sociais como a discriminação por castas e os dotes matrimoniais.
Presos ao subdesenvolvimento, poucos lares podem fazer frente às exorbitantes quantias exigidas pelas famílias dos noivos para aceitar o casamento. Curvados pela pressão de casar suas filhas, as famílias encontram na pakadua vivah o último recurso. A precariedade soma-se à escassez de moças jovens para tantos solteiros.
Há uma semana, um estudo governamental salientava a desigualdade entre o número de homens com relação ao de mulheres na Índia, um país onde os abortos seletivos geraram um desequilíbrio demográfico — o Governo calcula que faltam mais de 63 milhões de mulheres com relação à que seria a tendência natural. Não é de estranhar que sua ausência se concentre nos empobrecidos Estados do norte. Segundo o último censo, de 2011, há apena 751 mulheres para cada 1.000 homens em Bihar, uma das maiores desproporções entre os gêneros no país.
O último relatório do Departamento Nacional de Investigação Criminal, de 2015, corrobora os dados oferecidos pelo Governo estadual. Segundo as estatísticas nacionais, Bihar é o Estado que mais denuncia sequestro de indivíduos do sexo masculino menores de 18 anos. Em 2015, o número de homens de 18 a 30 anos raptados nesse Estado foi de 1.096, o que representa 17% do total de sequestros da Índia.
A polícia de Bihar disse estar especialmente atenta à próxima temporada de casamentos na Índia (lagan), que começa em fevereiro. Este é o mês mais propício para as uniões matrimoniais, conforme estabelece o calendário de superstições hindus para este ano.
O estranho asteroide em forma de caveira que vai voltar a passar perto da Terra em 2018
Postado em 02/01/2018
Em algumas das imagens, o asteroide se assemelhava, em alguns ângulos, a um crânio humano
Depois do asteroide Oumuamua, que tem um formato parecido com um charuto e que foi descoberto por cientistas em outubro, os astrônomos terão a oportunidade de estudar mais um corpo celeste enigmático que passará perto da Terra. Um pequeno asteroide que, ao girar em torno de seu eixo, mostra semelhança impressionante com uma caveira deve passar perto do nosso planeta novamente em 2018.
A última vez que o asteroide 2015 TB145 passou perto da Terra foi no fim de outubro de 2015, época em que muitos países comemoram o Dia das Bruxas. Por isso, os cientistas o apelidaram de “Asteroide do Halloween”.
Na época, ele estava a uma distância de aproximadamente 486 mil km – apenas 1,3 vezes a distância da Lua à Terra. A proximidade significava que o objeto estava mais iluminado. Por isso, cientistas europeus, americanos e latino-americanos apontaram seus instrumentos para o 2015 TB145.
O pesquisador Pablo Santos-Sanz, dos Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC), também organizou campanhas de observação do asteroide para descobrir suas características.
Em novembro de 2018, o Asteroide do Halloween poderá ser observado mais uma vez. No entanto, ele passará a uma distância 105 vezes maior que a da Terra à Lua – o que ainda é próximo o suficiente para que seja possível estudá-lo.
Um encontro mais emocionante, segundo os pesquisadores, voltará a acontecer em 2088, quando o 2015 TB145 passará pela Terra a uma distância equivalente a 20 vezes a distância entre nosso planeta e o satélite.
Novas descobertas
O Asteroide do Halloween tem entre 625 a 700 metros de diâmetro, segundo o estudo publicado por Pablo Santos-Sanz e sua equipe no periódico Astronomy and Astrophysics.
Eles também descobriram o período de rotação do corpo celeste, o que seria a duração do seu “dia” – entre 2,94 horas e 4,78 horas, de acordo com a observação e os cálculos deles. E determinaram seu formato, uma elipse achatada, que reflete apenas entre 5% e 6% da luz do sol que a atinge.
“Isso significa que é um asteróide muito escuro, só um pouco mais reflexivo que o carvão”, disse Santos-Sanz em nota.
Atualmente, acredita-se que o Asteroide do Halloween pode ser um cometa extinto, que perdeu bastante água e outros componentes voláteis durante as voltas que deu ao redor do Sol.
Isso é semelhante ao que se considera a respeito do objeto interestelar Oumuamua, que causou surpresa por seu formato de “charuto” e também parece ser um tipo de cometa “disfarçado” de asteroide.
Em geral, asteroides e cometas são diferenciados por sua composição (os primeiros são mais rochosos e metálicos, e os últimos têm uma proporção maior de gelo e rochas) e pelo tipo de órbita ao redor do Sol. Mas nem sempre é fácil diferenciá-los com as observações que a distância permite fazer.
Agora, os pesquisadores aguardam que novembro de 2018 traga mais novidades sobre a natureza destes objetos.
“Apesar de essa passagem próxima não ser tão favorável, conseguiremos como obter novos dados que podem aumentar nosso conhecimento sobre a massa dele e outras que passam pelo planeta”, disse Pablo Santos-Cruz.
O ex-agricultor maranhense é consagrado jóquei número 1 da Inglaterra
Postado em 31/102017
O maranhense Silvestre de Sousa conquistou recentemente seu segundo título de Champion Joquey do Reino Unido, dado ao jóquei com maior número de vitórias no ano (Foto: Dan Abraham/Great British Racing)
No sábado, 21 de outubro, "Silvester de Suza", como pronunciam os britânicos, foi agraciado, pela segunda vez, com o mais importante título do país dado a jóqueis de corridas rasas (sem obstáculos), o Stobart Champion Flat Jockey.
O ganhador é sempre o jóquei com o maior número de vitórias no ano. Como Silvestre obteve 155 vitórias e não pôde mais ser alcançado pelo rival, recebeu o título antecipado em um badalado evento de turfe no hipódromo de Ascot, o British Champion Day, que contou com participação da rainha Elizabeth 2ª.
Rainha Elizabeth 2ª tradicionalmente acompanha as corridas em Ascot
EAMONN M. MCCORMACK/GETTY IMAGES FOR ASCO
O primeiro título veio em 2015, quando venceu 132 corridas.
Até os 17 anos, Silvestre não tinha ideia do que era um jóquei. Aprendeu a andar a cavalo com quatro anos, no pequeno sítio onde seus pais moram até hoje em São Francisco, cidade com cerca de 12 mil habitantes no interior do Maranhão, quase fronteira com o Piauí. Lá, ajudava o pai com os animais e o trabalho de agricultor. Foi à escola, mas parou na 6ª série do então ensino fundamental.
Quando fez 14 anos, decidiu seguir para São Paulo, onde Roberto, o mais velho dos nove irmãos, já vivia. Na capital paulista, Silvestre foi trabalhar como tapeceiro, ajudando o irmão. "Geralmente quem vive no Nordeste vai para São Paulo para buscar uma melhora de vida", diz, explicando por que deixou a vida no campo.
Afastado dos cavalos na cidade grande, conheceu um amigo que lhe falou da escolinha de jóqueis no Jockey Club de São Paulo. Foi conhecer o local e acabou se inscrevendo para tentar uma vaga.
Com seus 1,52 m, altura ideal para o turfe, e o corpo franzino, foi aprovado e se mudou para o alojamento da instituição, onde passou a ter aulas e a competir.
"Fui um dos destaques dos aprendizes e aí me falaram de uma oportunidade na Irlanda", lembra.
Um treinador irlandês de cavalos havia entrado em contato com o Jockey paulista atrás de mão de obra. Silvestre se interessou e, em 2004, desembarcava em Kildare, na Irlanda, em pleno inverno, e não falando uma palavra em inglês.
"O tratamento que agora me dão mudou muito nos últimos dez anos. Sabem que ninguém vira campeão do, como se diz em português?, do dia pra noite?", diz ele com sotaque carregadíssimo em inglês à BBC, por telefone, do Maranhão, para onde viajou no dia seguinte para ver a família.
"Eu estava mais confiante neste ano, tive uma boa vantagem. É resultado de muito trabalho, ôquey? Monto quase todos os dias, treino muito, igual no futebol", fala. "E sou o primeiro latino-americano a ganhar competição em grupo e estatística no turfe aqui no UK [United Kingdom]. Estou muito feliz."
O turfe permitiu a Silvestre comprar sua primeira casa, "bem pequena, em que eu tinha que entrar de frente e saía de lado [risos]". Alguns anos depois, se mudou para um espaço maior em Newmarket, cidade perto de Cambridge.
Lá vive com a mulher, uma ex-jóquei, que ele conheceu em competições mistas, e com o filho de 10 anos. O casal espera um bebê para dezembro.
Além de disputar as corridas, ajuda a treinar alguns dos melhores cavalos da Inglaterra e é pago por isso.
Silvestre não tem planos de voltar ao Brasil nem cogita participar de uma competição esportiva representando o país. No fim do ano, ele se muda temporariamente para Hong Kong e para o Japão, onde disputará alguns torneios.
"Nunca imaginei chegar aonde cheguei, nem pensei em conquistar o que conquistei aqui. Deus foi muito generoso, estou feliz assim."
Em lançamento de novo livro, Dan Brown diz que “o fim de Deus” está próximo
Postado em 13/10/2017
O escritor Dan Brown lançou recentemente seu novo livro, Origem, e novamente fez declarações polêmicas a respeito da religião, como forma de promover seu mais novo romance. Ele já havia enfurecido a Igreja Católica em 2003 com O Código da Vinci, ao sugerir que Jesus teria se casado e tido filhos.
Agora, o personagem Robert Langdon terá que desvendar um enigma que surge em seu caminho, após um amigo alegar ter descoberto a origem do homem e prometer revelá-la ao mundo, destruindo as religiões monoteístas.
De acordo com informações da agência FolhaPress, o escritor concedeu uma entrevista coletiva na Feira do Livro de Frankfurt na última quinta-feira, 12 de outubro, e disse que o fim de Deus está próximo.
“Historicamente, nenhum deus sobreviveu à ciência. Com os avanços da tecnologia, a necessidade de um Deus exterior, que nos julga, vai desaparecer”, disse Dan Brown, afeito a afirmações fortes.
Antes da polêmica com O Código da Vinci, Dan Brown já havia causado rebuliço no Vaticano com o livro Anjos e Demônios (2000), ao sugerir um conflito entre teólogos e defensores da ciência infiltrados na sede da Igreja Católica. Ambos os títulos viraram filme em Hollywood, assim como o seu penúltimo romance, Inferno, que se inspira na obra homônima de Dante Alighieri.
Dan Brown é um autor afeito à polêmica, e se vale disso para se promover. Ele revelou que seu primeiro livro, Fortaleza Digital, lançado em 1998, foi inspirado em uma música “gospel” composta por seu irmão e que exaltava a Charles Darwin, autor da teoria da evolução, ao invés de Deus.
“Lembro quando meu primeiro livro saiu. Vendemos 98 cópias. E isso graças à ajuda da minha mãe”, disse o escritor, rindo a respeito do fracasso. A experiência mudou e ele se tornou um dos autores mais lidos em todo o mundo, a despeito das críticas de especialistas, que o consideram muito “rasteiro” em termos de conteúdo e trama literária.
“Há uma série de críticos literários que claramente não tem o mesmo gosto que eu. Adoraria dizer que não me abalo com as críticas ruins, mas levo a vida adiante”, comentou, antes de minimizar sua declaração sobre o fim de Deus, pontuando que sua inquietação é com as instituições religiosas que estabelecem ritos para legitimar as experiências sobrenaturais.
O autor foi perguntado, caso seu novo livro vire filme, se gostaria que o ator Tom Hanks voltasse a dar vida ao personagem principal: “Eu amo o Tom Hanks. Sempre me perguntam se eu imaginava o ator quando escrevia as cenas com Langdon. Não, eu só pensava em vender exemplares o suficiente para não perder meu adiantamento”, disse.
Ao final, o escritor revelou que considera o personagem que ele criou alguém muito mais inteligente que ele mesmo: “Uma vez me disseram: ‘Claro que ele não é mais inteligente, tudo que ele diz saiu da sua cabeça, o autor’. É. Mas o que ele diz em poucos segundos eu demorei três dias para escrever”, disse, gerando gargalhadas na plateia.
Brasileiro vence concurso da Nasa ao criar marca que ilustrará missão espacial
Postado em 20/09/2017
Fã de astronomia desde criança, publicitário criou identidade visual de programa que enviará ao espaço uma impressora 3D para reaproveitar materiais.
Apaixonado desde criança pelo mundo dos astronautas, o catarinense Rafael Fontes, de 31 anos, comemora a vitória em um concurso que escolheu a marca para uma missão da Nasa,a agência espacial norte-americana. O publicitário de Barra Velha, no Litoral Norte, criou ao menos 31 projetos até vencer o concurso. “Participei de três concursos da Nasa até vencer, foram 100 projetos. Para este último, fiz 31 inscrições. Estou muito feliz, é a realização de um sonho”, contou.
Reciclagem
Segundo Fontes, os candidatos foram desafiados a criar uma logomarca para uma impressora 3D que será enviada ao espaço.
“Ela poderá reaproveitar materiais, como, por exemplo, uma colher que será convertida em chave de fenda. Por isso, o conceito da marca se baseou na reciclagem. A ideia é reaproveitar materiais e diminuir o tamanho da carga de uma nave. Essa máquina vai para a estação espacial internacional com o objetivo de ser testada para futuras missões espaciais mais longas, como por exemplo, a ida a Marte”, explicou.
Sonho de fã
Ao saber do concurso, Rafael passou a trabalhar noite e dia até fazer um trabalho que julgasse apropriado para participar.
"Desde pequeno, sempre fui fã da Nasa. Quando criança, aos 11 anos, estive no Kennedy Space Center, na Nasa, na Flórida, fiz até uma uma foto lá. Sempre sonhei com essa parte do espaço, meus brinquedos eram desse tema, quando fiquei sabendo do concurso, para mim acabou sendo um objetivo de vida", disse.
No Kennedy Space Center, na Nasa, na Flórida (Foto: Arquivo Pessoal ) No Kennedy Space Center, na Nasa, na Flórida (Foto: Arquivo Pessoal ) No Kennedy Space Center, na Nasa, na Flórida (Foto: Arquivo Pessoal ) A marca criada por Rafael deverá ser a identidade visual do programa espacial, estar em materiais de comunicação como camisetas, canecas e na impressora que irá ao espaço.
"Eu criei um 'patch' em forma triangular, representando, primeiramente, a escotilha de uma cápsula de um foguete, em alusão ao universo da exploração espacial. Em segundo plano, o triângulo diz respeito à ideia de reciclagem. No topo do triângulo, há uma ponta listrada apontada para baixo, que simboliza a ponta de uma impressora 3D. No interior da figura, há uma ilustração de um astronauta fazendo malabarismo com as ferramentas que podem ser refabricadas por meio do equipamento que é objeto deste concurso - o Refabricator", explicou.
'Exemplo para minhas filhas'
“Pra mim foi uma honra ter vencido o concurso. O prêmio é simbólico, de US$ 250, mas é o mais importante da minha carreira, pela importância da empresa e por tudo que representa. Espero que sirva de exemplo para minhas filhas, que desperte nelas o interesse pelo conhecimento”, afirmou.
Rafael concorreu com centenas de participantes do mundo inteiro. “Minhas filhas são pequenas, têm dois e três anos, mas espero que um dia vejam minha realização e entendam a importância da determinação e superação para realizar objetivos na vida”, disse.
O vento solar causado pela série de erupções que aconteceram nos últimos dias alcançou o nosso planeta, "queimando" seu campo magnético. Por esta razão, as pessoas que vivam perto dos polos poderão observar os efeitos deste impacto espacial, na forma de auroras, na noite destes sábado (9) e domingo (10).
Trata-se de milhões de toneladas de vento solar que viajam centenas de quilômetros em um fluxo poderoso em direção da Terra.
"A matéria solar alcançou uma velocidade 1,5 vezes superior ao que se esperava e o impacto na Terra é mais potente do que calculávamos. A direção desta última erupção é desfavorável para o nosso planeta: seu campo está oposto ao terrestre e nesses momentos 'queimará' o campo magnético da Terra", revela o Laboratório de Astronomia do Sol, do Instituto Físico Lebedev da Academia de Ciências da Rússia.
A série de erupções no Sol começou em 4 de setembro. Primeiro, aconteceram erupções da classe M, de 4 a 5 pontos de potência. Depois, em 6 de setembro, ocorreu uma erupção da classe X, de 2,2 pontos, e no mesmo dia foi registrada outra extremamente forte, de intensidade 9,3.
De acordo com os astrônomos, o Sol produziu a maior erupção dos últimos 12 anos. Ao mesmo tempo, os cientistas destacam que, para além destes fenômenos atmosféricos impressionantes, a recente erupção pode provocar uma forte tempestade geomagnética, capaz de interromper o funcionamento de satélites, embora não deva afetar a saúde dos habitantes da Terra. Com informações da Sputnik News Brasil. Via https://www.msn.com
Cresce o número de crianças usadas como 'bombas humanas' pelo Boko Haram
O grupo que atua na Nigéria já usou um número de crianças quatro vezes maior que ano passado.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST
Postado em 24/08/2017
Quando resgatadas, as crianças recebem apoio para combater os ensinamentos islâmicos
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) informou na última terça-feira (22) que houve um aumento alarmante do número de crianças que são usadas como "bombas humanas" em ataques realizados pelo grupo radical islâmico Boko Haram, no nordeste da Nigéria.
"As crianças foram usadas para matar pessoas nos últimos anos e até agora, o número usado já é quatro vezes maior do que o ano passado", disse a UNICEF em comunicado. "Desde o primeiro dia do ano, 83 crianças foram usadas como 'bombas humanas'. Desse número, 55 eram meninas, na maioria das vezes menores de 15 anos. 27 eram meninos, além de um bebê que estava amarrado a uma garota", acrescentou.
"O uso de crianças dessa maneira é uma atrocidade", ressaltou a entidade. A agência insistiu que as crianças são vítimas e não causadora dos ataques. Disse ainda que elas são obrigadas a realizar ataques de extremistas.
Guerra aos cristãos
O grupo terrorista vem travando guerra contra cristãos e outros civis desde 2009 na Nigéria, com um relatório em fevereiro estimando em cerca de 100 mil pessoas que foram mortas e mais de 2 milhões que foram deslocadas. Vários relatórios, incluindo um da BBC News no início deste ano, revelaram que os jihadistas também usavam mulheres disfarçadas de mães portadoras de bebês em atentados suicidas.
A UNICEF disse que as crianças que foram resgatadas do grupo terrorista também enfrentaram desafios, pois suas comunidades de origem percebem elas com suspeita e medo. Há uma grande crise de deslocamento e desnutrição no nordeste, onde a maioria dos ataques de Boko Haram estão tomando espaço. "A Nigéria é um dos quatro países e regiões que enfrentam o espectro da fome, com até 450 mil crianças em risco de desnutrição aguda grave este ano", disse a agência.
"Essas crianças recebem apoio psicossocial após serem libertas pelo Boko Haram e também trabalham com famílias e comunidades para promover a aceitação quando retornam, o que inclui o apoio econômico e de reintegração às crianças e suas famílias", pontuou. As autoridades também colocaram as antigas noivas do Boko Haram em programas de "desradicalização" destinados a combater os ensinamentos islâmicos radicais.
Noivas
O jornal Leadership da Nigéria compartilhou as histórias de várias mulheres que se casaram com combatentes de Boko Haram. Algumas delas chegaram a exerceram poder e influência por estarem com comandantes superiores. "Eu tive muitos escravos, eles faziam tudo por mim", disse Aisha, de 25 anos, revelando que mulheres e meninas sequestradas lavaram e cozinharam por ela durante três anos.
"Até mesmo os homens me respeitavam porque eu era a esposa de Mamman Nur. Eles não podiam me olhar nos olhos". Fatima Akilu, chefe da Fundação Neem, que administra o programa de desradicalização, disse que o estado mental das vítimas deve ser abordado. "Você pode tratar o estado emocional de uma pessoa, mas se você não mudar a forma como elas pensam, você só vai liberá-los na sociedade, fazendo com que elas espalhem o que aprenderam", disse à Reuters.
Número de crianças hospitalizadas por tentativa de suicídio dobrou nos EUA
Relatos de mães e pais pedindo ajuda após encontrarem seus filhos à beira da morte após tentativas de suicídio se tornaram comuns em fóruns online e redes sociais nos Estados Unidos.
Por Francisco Jorge
Postado em 11/08/2017
GETTY IMAGES
Um pai disse que sua filha tomou uma garrafa inteira de Lexapro e meia garrafa de Wellbutrin (ambos antidepressivos)."Essa é uma visão que nenhum pai deveria ver", conta Hammer
Ann diz que não sabe mais o que fazer para ajudar a filha. "Ela tem 15 anos e tentou se suicidar hoje ingerindo produtos de limpeza. (...) Ela já tinha tentado se matar vários meses atrás com um corte no pulso."
Estes são apenas dois dos relatos narrados em uma reportagem da bbc sobre o assunto.
De acordo com dados divulgados na semana passada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo americano, as mortes de meninas entre 15 e 19 anos por suicídio atingiram um recorde em 40 anos - e dobraram entre 2007 e 2015, com 5,1 casos para cada 100 mil.
O fenômeno atinge também crianças e adolescentes do sexo masculino, cujas mortes ainda acontecem em maior número, mas crescem em ritmo menos acelerado: 30% no mesmo período (são 14,2 casos para cada 100 mil), segundo o órgão oficial.
Em números absolutos, em 2015, foram registrados 524 suicídios de meninas e 1.537 de meninos entre 15 e 19 anos.
Segundo a reportagem, osuicídio é hoje a segunda principal causa de mortes de crianças e jovens em idade escolar (12 a 18 anos) nos EUA, ficando atrás apenas de acidentes.
O volume impressiona: a taxa de suicídios infanto-juvenis, segundo o governo americano, é maior que a soma das mortes por câncer, doenças cardíacas e respiratórias, problemas de nascimento, derrame, pneumonia e febre.
Chefe da ala de saúde comportamental do hospital pediátrico Cook Children's, no Texas, a psicóloga Lisa Elliott, em coro com outros especialistas, afirma que o quadro se agrava pelo uso irresponsável de redes sociais, que pode gerar competitividade e uma busca por padrões de beleza e desempenho.
"As redes podem ter impacto negativo sobre a autoestima das meninas e isso aumenta o isolamento delas", avalia Elliott. "Quando notam que não têm uma vida tão perfeita ou glamourosa quanto a de outros, elas concluem que 'algo anormal ou errado está acontecendo comigo'."
Segundo a psicóloga, a sensação de invisibilidade nas redes impulsiona práticas ligadas ao bullying entre jovens de ambos os sexos.
De acordo com os entrevistados, os pais que buscam ajuda profissional normalmente contam que encontraram menções a suicídio nos telefones ou cadernos dos filhos, ou perceberam mudanças de comportamento, como isolamento e afastamento dos amigos, irritabilidade, problemas de sono e em notas escolares e falta de interesse em atividades que antes agradavam.
PCC firma parceria comercial com o Hezbollah e amplia poder financeiro
Facção criminosa brasileira tem uma parceria comercial no tráfico de armas e drogas com a organização paramilitar libanesa, sediada em Beirute
Postado em 25/07/2017
Que o Primeiro Comando da Capital, o temido PCC, ampliou os negócios para além das prisões paulistas já se tem notícia há pelo menos 10 anos. Que a facção criminosa cooptou integrantes das forças militares do Paraguai, uma reportagem do Correio, publicada há um mês, também já contou. O que não se sabia até agora era que os bandidos brasileiros trabalham numa espécie de parceria comercial com o Hezbollah, a organização paramilitar libanesa, com sede em Beirute, a mais de 10.000km do Brasil. A partir de relatórios inéditos e entrevistas com integrantes de forças de segurança nacionais e estrangeiras, a relação entre os dois grupos é estabelecida para além de simples suposições, expondo o tráfico de drogas e armas, o contrabando — de produtos eletrônicos, cigarros, roupas e combustível — e a sonegação de impostos. Tudo negociado e movimentado a partir das fronteiras.
De acordo com um relatório apresentado pela Fundação de Defesa da Democracia (FDD) — organização não governamental norte-americana que atua no combate a grupos terroristas —, o PCC, maior facção do crime organizado brasileiro, se aliou ao Hezbollah para elevar o poder financeiro. De acordo com o documento, o PCC está comprando drogas em países sul-americanos, como Paraguai e Colômbia, e repassando ao grupo que atua no Líbano. Segundo a FDD, as drogas são adquiridas por um baixo preço nas nações que fazem fronteira com o Brasil e vendidas por valor mais elevado ao Hezbollah. Além disso, a atuação central do PCC seria no contrabando de cigarros.
Os criminosos se aproveitam da imensa faixa de fronteira do Brasil com 10 países da América do Sul para entrar com produtos ilegais. São mais de 15 mil quilômetros em que graves problemas de vigilância permitem o comércio milionário do crime organizado. O cientista político Guaracy Mingardi, que atuou na Secretaria Nacional de Segurança Pública, investiga o PCC há mais de 20 anos. Ele conta que hoje a facção brasileira ganhou ramificações internacionais. “O PCC já é um grupo criminoso internacional. Ele tem escritório no Paraguai para o transporte de drogas e armas, e na Bolívia, onde os entorpecentes são comprados. Tem algumas ligações no Peru, na Colômbia. Muitas vezes, eles podem fazer esse transporte de mercadoria para a Europa e para o Oriente Médio. Já sabemos que ocorre há algum tempo”, destaca.
Na Bolívia, um quilo de cocaína custa cerca de R$ 10 mil. Já no Brasil, a mesma quantidade chega a valer mais de R$ 20 mil, sendo que muitas vezes é misturada com outros produtos para render mais e pode resultar num lucro de R$ 180 mil. Os representantes do Hezbollah compram a droga pelo preço vendido em território brasileiro, o que propicia um ambiente financeiramente favorável para a expansão do PCC. Por meio de pontos vulneráveis, o entorpecente entra no Brasil via terra, ar e rios.
A relação simbiótica entre facções brasileiras e de países da América Latina é antiga, mas, como se vê, está se ampliando para grupos de países árabes. Em entrevista ao Correio na quinta-feira, o general do Exército Theophilo Gaspar de Oliveira — militar experiente em assuntos relacionados ao combate ao tráfico de armas — citou casos de envolvimento de traficantes brasileiros, como Fernandinho Beira-Mar, que circulou pelo Paraguai antes de ser preso, em 2001, na Colômbia. “As facções ampliaram o poder para além das fronteiras”, diz o general, chefe do Comando Logístico do Exército, em Brasília. Uma das recomendações do militar é controlar com mais eficiência os armamentos produzidos no Brasil, estabelecendo sanções e restrições para países que revendem os produtos nacionais.
No ano passado, por exemplo, o Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou a fabricante brasileira de armamento Taurus por exportar ilegalmente um lote com oito mil armas para o iemenita Fares Mohammed Mana’a, que, de acordo com as Nações Unidas, é um dos maiores traficantes de armas do mundo. Na denúncia, os procuradores afirmam que as peças foram vendidas por R$ 2 milhões por dois executivos da companhia. As pistolas e revólveres comercializados sem autorização dos órgãos reguladores foram parar no Iêmen, sendo usados na guerra civil que assola o país.
Absurdo:PT e PC do B assinam apoio a regime de Nicolás Maduro
Partidos subscrevem documento que defende presidente venezuelano em meio à escalada da violência nas ruas e da pressão sobre o Legislativo no país vizinho
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, em seu portal politica.estadao.com.br, os três principais partidos de esquerda do Brasil – PT, PC do B e PDT – intensificaram o discurso em defesa do regime chavista de Nicolás Maduro na Venezuela no momento que o país vizinho vive uma escalada de violência política que já deixou mais de cem mortos desde abril, segundo o Ministério Público local.
Nesta quarta-feira, 19, o PT e o PC do B subscreveram em Manágua, capital de Nicarágua, a resolução final do 23.º Encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e do Caribe.
O texto defende a elaboração de uma nova Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o “triunfo das forças revolucionárias na Venezuela” e diz que a “revolução bolivariana é alvo de ataque do imperialismo e de seus lacaios”.
Presente ao encontro, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), fez um discurso no qual afirmou que o partido manifesta “apoio e solidariedade” ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro “frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela”.
Os representantes brasileiros no Foro não fizeram menção ao ataque ao parlamento neste mês promovido por militantes chavistas ou às denúncias de violência por parte do aparato militar oficial do Estado.
"Nosso apoio ao Maduro é total". afirmou Ana Prestes, da Fundação Maurício Grabois e uma das representantes do PC do B.
O Foro foi fundado em 1990 por Lula e Fidel.
Chip de celular está a caminho da extinção; entenda o que vem por aí
Postado em 12/07/2017
Há alguns anos se discute a adoção do eSIM, uma tecnologia que poderia tornar o chip de celular coisa do passado. Com especificações reveladas desde 2013, até hoje não houve muitas tentativas de transformar a proposta em realidade, com a tecnologia mais próxima sendo o Apple SIM, disponibilizado com alguns modelos de iPad da empresa.
Para quem não sabe, o que a ideia do eSIM, cuja tradução da sigla significa “SIM incorporado”, propõe é substituir o chip tradicional de celular, que deixaria de ser removível. Isso não significa, no entanto, que você ficaria preso para sempre com uma única operadora. A proposta é que o eSIM permita alternar entre operadoras sem precisar trocar de chip, realizando o procedimento apenas virtualmente. O objetivo é, entre outras coisas, eliminar a necessidade da infame chavinha para abrir a gaveta do SIM.
Mais do que isso, o eSIM pode eliminar uma chateação que todo mundo que já viajou para o exterior conhece, que é a corrida para encontrar um chip de uma operadora local ao chegar ao seu destino. O SIM virtual permite simplesmente adquirir um pacote de alguma empresa sem precisar ir até a loja mais próxima.
E, após vários anos de estagnação, o cenário começa a mudar. Se a Computex nos ensinou alguma coisa, é que as parcerias para tirar o eSIM do papel estão começando a acontecer. Microsoft, Intel e Qualcomm, por exemplo, já estão viabilizando uma nova geração de laptops feitos para serem extremamente leves, portáteis e, principalmente, sempre conectados graças à presença de um chip celular, proporcionando acesso a redes de internet móvel 4G.
Em dispositivos com tecnologia Intel, o eSIM já será suportado nos modems XXMTM 7260 e XMM 7360. Enquanto isso, a Qualcomm já oferece essa possibilidade em dispositivos com o chipset Snapdragon 835. No entanto, isso não significa que só os aparelhos equipados com o suporte ao eSIM poderão tirar vantagens do recurso, uma vez que bastaria abrir a gavetinha de um dispositivo qualquer e inserir um adaptador no lugar do chip tradicional.
Para isso, no entanto, são necessárias algumas mudanças em como as coisas funcionam atualmente. As operadoras precisam dar suporte à tecnologia, e a Microsoft diz que já há 20 empresas no mundo inteiro prontas para abraçar o eSIM. Além disso, no caso dos PCs, a empresa também promete uma interface especial no Windows 10 para facilitar a seleção entre diferentes pacotes.
A adoção do eSIM também abre a possibilidade para a criação de dispositivos móveis menores e mais finos. Em laptops ou celulares, isso pode não fazer muita diferença, já que a gaveta para chips não ocupa tanto espaço assim. No entanto, isso pode revolucionar os relógios conectados, que acabam ficando excessivamente grandes quando oferecem suporte a conectividade celular, como é o caso de dois modelos da Samsung, já compatíveis com a tecnologia. Com o advento da internet das coisas e uma nova geração de objetos online, a tendência é que a adoção do eSIM comece a crescer em ritmo acelerado.
Como estamos no Brasil, existe um outro fator a ser levado em consideração. Por aqui, é extremamente comum usarmos o sistema de dois chips, o dual-SIM. Existe a chance de que o eSIM venha a matar a possibilidade, mas, se realmente houver demanda para manter o suporte a duas operadoras no mesmo celular, não há por que pensar que a indústria não se movimentaria para proporcionar o uso de duas redes, mesmo com chips virtuais.
Os sistemas de detecção de rostos na China, agora autorizam pagamentos, fornecem acesso a instalações e rastreiam criminosos.Outros países deverão segui-los
Logo depois de atravessar a porta no Face ++ , uma inicialização chinesa avaliada em aproximadamente um bilhão de dólares, vejo meu rosto, sem barbear e olhando um pouco atrasado, desativado em uma tela grande perto da entrada.
Tendo sido adicionado a um banco de dados, meu rosto agora fornece acesso automático ao edifício.Também pode ser usado para monitorar meus movimentos através de cada sala dentro.Enquanto viajo nos escritórios do Face ++ (pronunciado "face plus plus"), localizado em um subúrbio de Pequim, vejo isso aparecer em várias telas mais, capturadas automaticamente de inúmeros ângulos pelo software da empresa.Em uma tela, um vídeo mostra o software rastreando 83 pontos diferentes no meu rosto simultaneamente.É um pouco assustador, mas inegavelmente impressionante.
Ao longo dos últimos anos, os computadores se tornaram incrivelmente bons em reconhecer os rostos e a tecnologia está se expandindo rapidamente na China, tanto no interesse da vigilância quanto da conveniência.O reconhecimento facial pode transformar tudo, desde o policiamento até a forma como as pessoas interagem todos os dias com bancos, lojas e serviços de transporte.
A tecnologia do Face ++ já está sendo usada em várias aplicações populares.É possível transferir dinheiro através do Alipay, um aplicativo de pagamento móvel usado por mais de 120 milhões de pessoas na China, usando apenas seu rosto como credenciais.Enquanto isso, Didi, a empresa dominante da China, usa o software Face ++ para permitir que os passageiros confirmem que a pessoa ao volante é um motorista legítimo.(Um teste de "vivacidade", projetado para evitar que alguém elimine o sistema com uma foto, exige que as pessoas sejam digitalizadas para mover a cabeça ou falar enquanto o aplicativo as digitaliza.)
As figuras de tecnologia tiveram início primeiro na China por causa das atitudes do país em relação à vigilância e à privacidade.Ao contrário, digamos, dos Estados Unidos, a China tem um grande banco de dados centralizado de fotos de cartões de identificação.Durante o meu tempo no Face ++, vi como os governos locais estão usando seu software para identificar criminosos suspeitos em vídeos de câmeras de vigilância, que são onipresentes no país.Isto é especialmente impressionante - embora um pouco distópico - porque a filmagem analisada está longe de ser perfeita, e porque os tiros de caneca ou outras imagens no arquivo podem ter vários anos de idade.
Pagando com seu rosto
A Tecnologia inovadora de reconhecimento de rosto que, finalmente, é suficientemente precisa para ser amplamente utilizada em transações financeiras e outras aplicações cotidianas.
Por que isso importa? A tecnologia oferece um método de pagamento seguro e extremamente conveniente, mas pode gerar preocupações de privacidade.
O reconhecimento facial existe há décadas, mas só agora é preciso o suficiente para ser usado em transações financeiras seguras.As novas versões utilizam o aprendizado profundo, uma técnica de inteligência artificial que é especialmente eficaz para o reconhecimento de imagens, pois faz com que o computador feche as características faciais que identificam de forma mais confiável uma pessoa (ver " 10 Breakthrough Technologies 2013: Deep Learning ").
"O mercado de reconhecimento facial é enorme", diz Shiliang Zhang , professor assistente da Universidade de Pequim, especialista em aprendizado de máquinas e processamento de imagens. Zhang dirige um laboratório não muito longe dos escritórios de Face ++.Quando cheguei, seus alunos estavam trabalhando furiosamente em uma dúzia de cubículos."Na China, a segurança é muito importante, e também temos muitas pessoas", diz ele. "Muitas empresas estão trabalhando nisso".
Uma dessas empresas é a Baidu , que opera o mecanismo de busca mais popular da China, juntamente com outros serviços.Pesquisadores da Baidu publicaram artigos que mostram que seu software rivaliza com a maioria dos humanos em sua capacidade de reconhecer um rosto.Em janeiro, a empresa provou isso participando de um programa de TV com pessoas que são notavelmente boas na identificação de adultos de suas fotos de bebê.O sistema de Baidu os superou.
Agora, o Baidu está desenvolvendo um sistema que permite que as pessoas peguem os bilhetes do trilho mostrando seu rosto.A empresa já está trabalhando com o governo de Wuzhen, um destino turístico histórico, para fornecer acesso a muitas de suas atrações sem bilhete.Isso envolve a análise de dezenas de milhares de faces em um banco de dados para encontrar uma correspondência, que Baidu diz que pode fazer com 99 por cento de precisão.
Jie Tang , professora associada da Universidade de Tsinghua, que aconselhou os fundadores da Face ++ como estudantes, diz que a conveniência da tecnologia é o que atrai mais as pessoas na China.Alguns complexos de apartamentos usam reconhecimento facial para fornecer acesso, e lojas e restaurantes estão buscando a tecnologia para tornar a experiência do cliente mais suave.Não só ele pode pagar as coisas dessa maneira, diz ele, mas a equipe em alguns cafés é agora alertada por um sistema de reconhecimento facial quando ele entra: "Eles dizem:" Olá, Sr. Tang ".
Estado Islâmico prende mais de 100 mil crianças para usá-las como "escudos humanos"
Situação das crianças em Mossul é alarmante, enquanto elas tentam fugir da guerra com seus pais, têm suas famílias assassinadas pelo grupo terrorista
Fonte: Guia-me / com informações do Christian Post
Postado em 07/06/2017
O UNICEF, o fundo infantil das Nações Unidas, advertiu que cerca de 100 mil crianças podem estar presas na cidade de Mossul (Iraque), com o grupo terrorista Estado islâmico tentando usá-las como escudos humanos.
"Estamos recebendo relatos alarmantes de pessoas, incluindo várias crianças, sendo mortas no oeste de Mosul. Alguns foram mortos quando tentaram desesperadamente fugir da guerra que se intensifica a cada hora", disse o representante da UNICEF no Iraque, Peter Hawkins, em comunicado na última segunda-feira (5).
"As vidas das crianças estão na linha de frente. As crianças estão sendo mortas, feridas e usadas como escudos humanos. Elas estão experimentando e testemunhando uma violência terrível, que nenhum ser humano jamais deveria testemunhar. Em alguns casos, eles foram forçados a participar da guerra e até praticar violência", ressaltou.
Hawkins disse que os 100.000 meninos e meninas permanecem em "condições extremamente perigosas" em Mossul, que atualmente está cercada por tropas da coalizão que espera retomar a cidade das mãos do Estado Islâmico, e expulsar os terroristas do país.
"À medida que a luta continua, a UNICEF convida todas as partes no oeste de Mosul a protegerem as crianças e mantê-las fora de perigo em todos os momentos, de acordo com as obrigações que lhes incumbem por força do direito humanitário", destacou.
"Os ataques contra civis e a infra-estrutura civil, incluindo hospitais, clínicas, escolas, casas e sistemas de abastecimento água devem parar imediatamente", acrescentou.
A CNN compartilhou separadamente várias histórias de civis que conseguiram escapar das garras do Estado Islâmico em Mosul, em um relatório da última terça-feira (6), que incluiu histórias aterrorizantes sobre crianças que se esconderam ao lado dos cadáveres de seus próprios pais.
"Debaixo de um hijab [véu islâmico] preto, uma pequena menina espia. Sua mãe estava morta há dois dias. A menina se escondeu atrás do cadáver da mãe", descreve parte do relatório.
Em outro caso, Mariam Salim, de 10 anos e sua irmã mais velha, Ina'am, disseram aos oficiais de resgate como sua família foi morta.
"Meus pais estão sob os escombros, nossa [outra] irmã está morta. Eu a vi", disse Ina'am. Ela explicou que, enquanto sua família tentava fugir, um morteiro atingiu sua casa, fazendo com que o prédio desabasse.
"Eles se foram, eles se foram", lamentava Mariam disse. "Minha mãe, meu pai, minha irmã, meu irmão".
Masscre
A ONU disse que terroristas do Estado Islâmico estão realizando massacres em grande escala, punindo civis por tentar fugir.
Zeid bin Ra'ad al-Hussein, o chefe de direitos humanos da ONU, disse que cerca de 160 pessoas morreram em um único dia na semana passada, enquanto tentavam fugir.
"A brutalidade do 'Daesh' [nome árabe dado ao Estado Islâmico] e outros grupos terroristas aparentemente não conhece limites", disse Al-Hussein.
"Ontem, minha equipe me informou que cadáveres de homens, mulheres e crianças iraquianas assassinadas ainda estão nas ruas do bairro al-Shira, no oeste de Mosul, depois que pelo menos 163 pessoas foram mortas pelo Estado Islâmico, quando estavam em fuga", acrescentou.
Stephen O'Brien, o sub-secretário da ONU para assuntos humanitários, advertiu anteriormente que os jihadistas visam especificamente as crianças.
"Embora a ONU não esteja presente nas áreas onde a luta está ocorrendo, recebemos relatos muito perturbadores de que as famílias estão presas dentro de suas próprias casas e que crianças estão sendo deliberadamente atacadas por atiradores", disse O'Brien no mês passado.
A CNN descreveu os acontecimentos em Mossul como um "inferno que nem se pode imaginar".
"Não há nenhum modelo passado que possa se comparar a esta guerra. Ninguém lutou contra um inimigo como o Estado Islâmico, que prende os civis como reféns nesse tipo de campo de batalha urbano denso. Não há palavras para consolar aqueles que sobrevivem", informou a CNN. "Apenas a tristeza sufocante e sem fim, um nó na garganta".
Filho de Osama bin Laden se prepara para chefiar Al Qaeda
Postado em 21/05/2017
Hamza Bin Laden é figura cada vez mais frequente de vídeos do grupo terrorista e pode ser a aposta da Al Qaeda para retomar espaço
Em novo vídeo de propaganda do grupo extremista Al Qaeda, o filho de Osama bin Laden, Hamza bin Laden, dá mais sinais do poder que terá nos próximos anos. O herdeiro jihadista, agora próximo dos 28 anos, envia uma mensagem aos seguidores do pai e pede que usem quaisquer meios disponíveis para atacar judeus, americanos e até russos, segundo o centro de monitoramentos de terrorismo SITE.
“Se você consegue pegar uma arma de fogo, ótimo. Se não, as opções são diversas”, diz Hamza. O vídeo usa imagens de ataques terroristas e não mostra o rosto do jovem, que desde a infância não aparece na internet, mas seu discurso soa exatamente como o pai. Nos últimos anos, gravações com a voz de Hamza têm se tornado mais frequentes, o que indica que está no caminho para ser um nome importante na Al Qaeda.
Em entrevista à emissora americana CBS, Ali Soufan, oficial do FBI que liderou investigações após o 11 de setembro de 2001, disse que Hamza ficou anos sem ver o pai antes de sua morte, porém, estudava a ideologia da Al Qaeda e escrevia cartas a Osama. Em um dos documentos encontrados na casa em que Bin Laden foi morto, em 2011, Hamza dizia “ser forjado em ferro” e afirmava que estava pronto para “marchar com os exércitos de Muajahadeen”, termo usado para se referir aos jihadistas.
Quando menino, Hamza costumava aparecer em vídeos ao lado do pai, armado e em treinamento com outras crianças. De acordo com o oficial do FBI, “ele tinha muito carisma e enorme habilidade de falar em público”. Na infância, ele funcionava como uma espécia de “garoto propaganda” do terrorismo.
“Hamza, a esse ponto, está sendo preparado para a alta liderança da Al Qaeda, para ter um papel ao longo do caminho na chefia da organização e, provavelmente, para unificar o movimento jihadista global”, disse Soufan. Com a força do sobrenome, o herdeiro terrorista pode ser a chance da Al Qaeda de retomar o espaço que perdeu para o Estado Islâmico (EI), originalmente um braço do grupo, que tem perdido inúmeros combates contra as forças de segurança e se enfraquecido rapidamente.
A fortuna estimada em US$ 8 bilhões (R$ 25 bilhões) que transformou Charles Feeney em um dos homens mais ricos dos Estados Unidos não pertence mais a ele.
O magnata doou o montante em segredo, e em vida, para instituições ao redor do mundo.
“Não o fiz para provar coisa alguma, exceto que, com sorte, o mundo agora é um lugar melhor porque peguei o meu dinheiro e o dividi entre muitas pessoas”, afirmou Feeney, em entrevista à BBC Mundo.
Quando questionado sobre a decisão de fazer as doações secretamente, afirmou que “não precisa explicar para todo mundo o que está fazendo”.
Entre as instituições agraciadas estão algumas na área de saúde pública e outras que fazem campanha pela paz.
Além disso, cerca de U$S1 milhão foi usado em custos operacionais da empresa Atlantic Philantropies, um grupo de entidades criado pelo próprio Feeney, em 1982, para canalizar as doações.
O valor mais recente foi uma doação de U$ 7 milhões (R$ 22 milhões), no fim do ano passado, para ajudar estudantes da Universidade de Cornell (EUA) envolvidos em trabalhos comunitários.
Apartamento alugado
Dessa forma, Feeney, hoje com 85 anos, terminou de distribuir a riqueza que acumulou como fundador de uma empresa pioneira de duty-free (ou free shop) – lojas especializadas em vender, sem encargos fiscais tradicionais, desde perfumes até bebidas alcoólicas e cigarros em aeroportos.
Segundo Oechsli, depois das doações, o agora ex-magnata ficou com apenas uma pequena parcela do que ganhou: aluga um apartamento modesto em São Francisco, na Califórnia. Não tem mais imóveis ou bens luxuosos.
Tudo o que guardou seriam “alguns poucos milhões” – menos de U$ 10 milhões (R$ 33 milhões) – para cobrir os custos de vida e cuidados médicos que ele e sua mulher, Helga, terão até a morte.
E, apesar da mudança no padrão de vida e de consumo, Feeney, apontado como uma espécie de antítese do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está longe de demonstrar arrependimentos.
“Viver e desfrutar da vida da maneira que eu fiz até agora já está bom. Estou feliz com isso, e minha esposa também”, afirmou.
‘James Bond da filantropia’
Feeney é o filantropo americano que doou mais dinheiro ainda vivo.
Segundo a revista Forbes, ele encabeçou uma lista de percentula de doações em relação à fortuna, que inclui o megainvestidor George Soros – Soros que teria doado em vida cerca de 49% de sua riqueza atual – e o casal Bill e Melinda Gates (40%).
A mesma publicação o chamou de “James Bond da filantropia” pela forma como ele viajou o mundo por mais de três décadas com a missão de distribuir clandestinamente sua fortuna.
Feeney confessa que a decisão de se desfazer da riqueza acumulada não foi consequência de um episódio em particular, mas de um processo pessoal, que incluiu leituras sobre filantropia e algumas reflexões.
“Considerei as alternativas que tinha na minha vida e pensei que o melhor que poderia fazer era estender a mão e buscar as pessoas menos afortunadas”, disse.
Trajetória
Feeney não herdou sua riqueza, mas a ganhou ao longo da vida. Ele nasceu e cresceu em uma região humilde de Nova Jersey, filho de mãe enfermeira e pai corretor de seguros.
Aos 10 anos, vendia cartões de Natal de porta em porta e ainda adolescente se alistou na Força Aérea dos Estados Unidos – serviu no setor de inteligência de sinais na Guerra da Coreia (1950-53).
Ele foi o primeiro membro da família a cursar o ensino superior, através de um programa governamental para veteranos de guerra – estudou justamente em Cornell.
A ideia de fundar a gigante Duty Free Shoppers (DFS) ao lado de Robert Miller, em 1960, foi baseada na experiência de negócios que Feeney tinha recebido vendendo mercadorias a tropas dos Estados Unidos em outros países.
A fortuna começou a se multiplicar até ele chegar à conclusão de que ele e os filhos tinham mais do que precisavam.
Vida simples
Muito antes de doar todo o dinheiro, Feeney era conhecido pelo estilo de vida mais simples, diferente da aura luxuosa que a empresa dele transmitia.
Preferia comer em bares populares do que em restaurantes caros de Nova York e não viajava de avião na primeira classe. Usava um relógio que custava cerca de US$ 15 e carregava uma sacola plástica com os jornais que lia frequentemente.
Por isso, nega que sinta falta dos tempos em que tinha uma imensa fortuna.
“Não sinto falta, porque nunca fui apegado à riqueza material”, disse.
Questionado sobre o que lhe dá prazer depois de cumprir o grande objetivo de se livrar do dinheiro, ele responde.
“Viver exatamente do modo que eu vivo, sabendo que através do trabalho da fundação fiz o bem a quem não esperava. Isso foi uma espécie de recompensa”, disse.
O destino das recompensas
As doações de Feeney ajudaram pacientes com Aids a terem acesso a tratamento retroviral na África do Sul, a reformar o sistema de saúde pública no Vietnã e a buscar a paz na Irlanda do Norte, onde ele se reuniu com paramilitares nos anos 90 para pedir que abandonassem as armas – sua família é de origem irlandesa.
Apesar de a Atlantic não ter negócios na América Latina, ele investiu na melhoria da saúde pública em Cuba e em ações que contribuíram para normalizar as relações entre a ilha e os EUA recentemente.
No mês passado, um artigo no jornal americano The New York Times comparou Feeney com Trump, mas como modelos opostos.
“Durante anos, Trump fez muita pressão para entrar na lista dos mais ricos da Forbes, por exemplo; Feeney articulou para estar de fora dela. A doação da Atlantic vinha inteiramente do dinheiro de Feeney, enquanto grande parte do dinheiro que entrou na Fundação Trump recentemente era de outras pessoas”, afirmou o jornal.
Questionado pela BBC Mundo sobre o contraste, ele evitou comentar. “Nunca tive a intenção de comparar a minha vida com a de ninguém”.
Apesar disso, assessores afirmam que o ex-magnata está muito preocupado com a situação atual dos Estados Unidos e com a polarização política no país.
Agora que sua fortuna já foi inteiramente repartida, a Atlantic está com os dias contados: vai se dissolver em 2020, depois de finalizar a entrega das doações prometidas e de desenvolver os programas previstos.